Neste artigo falaremos um pouco sobre o conceito de “primeiro princípio” do pensador grego Aristóteles, o qual acabaria por influenciar o modo de pensar e resolver problemas do empresário Elon Musk.
O que você vai ver aqui:
Quem é Elon Musk?
O engenheiro sul-africano Elon Musk, magnata que se tornou CEO de empreendimentos como a Tesla Motors, montadora de carros elétricos mais famosa e valiosa do mundo.
Também a SpaceX que é a mais importante companhia privada de tecnologia aeroespacial.
Elon Musk é um dos maiores divulgadores e investidores de energia renovável no planeta.
Em um artigo prévio do nosso site, repassamos um pequeno resumo biográfico que tratava dos anos iniciais de Elon Musk e seus investimentos mais bem-sucedidos, como sua participação na “Máfia” do PayPal.
Nunca escondemos nossa imensa admiração pelo alcance de sua visão.
E também pela coragem necessária, que ele parece sempre ter possuído, para concretizar seus sonhos de um mundo mais saudável e responsável.
E sem detrimento de ganhos financeiros pessoais: Elon Musk é um dos homens mais ricos do mundo e está a caminho de se tornar o primeiro da lista.
Tanto sucesso em tantas áreas diferentes (ciência neurológica, transporte aeroespacial, carros e baterias elétricas, sistemas de pagamento virtual, etc) certamente desperta atenção.
Até porque em cada caso Musk inevitavelmente se viu diante de obstáculos específicos e teve de superá-los de algum modo para conquistar seus objetivos.
Os primeiros princípios de Aristóteles: o “método” em três passos de Elon Musk
Deve haver uma receita milagrosa para tanto sucesso, os curiosos estipulam. Bom, não há exatamente uma receita milagrosa. É mais simples que intervenção divina: é intervenção intelectual mesmo.
Segundo Musk, ao trabalhar com os problemas que encontraria em cada projeto, ele contou com a ajudinha providencial do grande Aristóteles.
É assim. Certos conceitos lógicos idealizados pelo filósofo grego, chamados “primeiros princípios”, iluminariam os verdadeiros problemas de uma situação complicada, reduzindo-os às suas verdades fundamentais (os tais primeiros princípios de algo).
Como exemplo, diferencie as seguintes sentenças:
- O carro é veloz porque tem um motor eficiente.
- Por que este motor torna o carro veloz? Seria porque ele possui a e b em sua composição que por sua vez possuem x e y? Como funcionam e quanto custariam para ser produzidos?
No primeiro caso, a frase só nos leva a uma constatação óbvia.
No segundo, porém, podemos de fato saber COMO o carro é veloz, COMO o motor é eficiente e até COMO e DO QUE eles são feitos.
Ou seja, trata-se de substituir o “porque é”, imitação do que os outros sabem ou pensam saber: o raciocínio “maria-vai-com-as-outras”, pelo “por que é?” do legítimo cientista, que questiona e estuda a fundo uma verdade presumida até conseguir compreendê-la inteiramente, em todas as suas nuances, e produzir novos conhecimentos a partir dela.
É preciso fazer perguntas relevantes ao invés de acatar que elas não precisam mais ser feitas.
Pensando nisto, Elon Musk estabeleceu um método em três passos baseado nestes primeiros princípios aristotélicos que ele recomenda a todos que queiram “pensar fora da curva”.
Os passos seguintes foram elencados pelo escritor Mayo Oshin, dando forma ao método de Musk, e achamos por bem compartilhá-los com nossos leitores.
Primeiro passo: identifique e defina suas suposições atuais.
Em resumo, se você encontrou um problema, basta começar pelo básico: o que você sabe sobre ele.
Por exemplo, você aceita como verdade a sentença “eu não sou consigo abrir um negócio lucrativo porque não tenho dinheiro suficiente para investir”. Isto é o que você sabe por enquanto, é a sua certeza. Comece por aí.
Segundo passo: reduza o problema aos seus princípios fundamentais.
Este passo é ainda mais importante: reduzir a situação problemática aos seus fundamentos.
Ao invés de simplesmente aceitar que um negócio lucrativo precisa de um investimento massivo, estude a origem dos negócios lucrativos, seus produtos, os conceitos de seus produtos, a forma como são produzidos, suas condições de existência.
E aí você descobre que, com excelentes conceitos, muitos empresários conquistaram sucesso apesar de não terem feito um depósito inicial impressionante.
Musk revela em sua entrevista para Kevin Rose que uma pessoa normalmente pensaria, acerca das baterias elétricas, que elas são uma tecnologia muito cara e, a julga pelo preço corrente, deverão ser assim para sempre.
Elon Musk vai na contramão dessa crença.
Utilizando os primeiros princípios, ele busca saber do que as baterias são constituídas, qual o valor de mercado desses constituintes, onde podem ser comprados com valor mais em conta.
Então descobre que esses itens formadores da bateria elétrica, adquiridos separadamente, têm um valor em kWh muito menor que o de uma bateria elétrica pronta.
Terceiro passo: criar novas soluções do zero.
Não adianta ficar se lamentando porque você acha que algo não vai funcionar.
É preciso estudar este algo e procurar o jeito mais eficiente de fazê-lo funcionar, a partir do momento em que você entende de que matéria e baseado em quais princípios ele é produzido.
No caso de Musk, agora era questão de saber conjugar esses elementos de uma forma menos dispendiosa, barateando o produto e por consequência tornando-o mais acessível e lucrativo.
Graças a esse “método”, a popularização dos carros elétricos é inevitável.
Isto, veja bem, é só um exemplo que ele expôs na entrevista com Rose.
Na verdade o uso dos primeiros princípios é algo que ele carrega para todos os projetos que lidera, o que inclui os mais improváveis (e improvavelmente bem-sucedidos).
O histórico de Elon Musk com empreitadas “impossíveis”
Ninguém desafiou o senso comum tantas vezes quanto Elon Musk.
Além da Tesla Motors, sua montadora de carros elétricos que surpreendentemente se transformou em líder mundial do setor automobilístico, o empresário encontrou muito sucesso em projetos em teoria disparatados.
Já falamos disso em nossos perfis de Musk e da Tesla no nosso site.
Explicamos também o complexo método de calcular o próprio salário que Elon Musk adotou na Tesla.
Não custa falar de novo, só para exemplificar o potencial dos primeiros princípios na prática.
SpaceX: uma colônia em Marte!
Com a empresa de engenharia espacial SpaceX, Musk alimenta o sonho de construir a primeira colônia humana em Marte. É o grande objetivo da empresa.
Isso vai ser um fracasso total, né? Que megalomania! Impossível! Isso não vai dar certo! Só que você está muito enganado.
O que acontece é que, se o objetivo de Musk é realmente construir em algum ponto do futuro uma colônia em Marte, isto não quer dizer que seu projeto dependa apenas disto.
Pelo contrário, a ideia é ir pesquisando aos poucos como chegar a ele. Por enquanto, os lançamentos bem-sucedidos de seus modernos foguetes espaciais e contratos com a NASA tornaram a empresa uma líder de mercado.
Ainda não foi à Marte, mas ninguém mais ridicularizaria Musk pela intenção.
Neuralink: telepatia!
Agora com a Neuralink, o empresário visualiza um meio de implementar chips que transformem nossos cérebros em grandes sistemas operacionais com a capacidade inclusa, acredite se quiserem, de comunicação telepática.
Parece ainda mais louco que a colônia em Marte, né?
A verdade, porém, é que enquanto isso a Neuralink visa desenvolver implantes cerebrais que auxiliariam o tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, indo da epilepsia à esquizofrenia.
É um projeto muito ambicioso e, se calhar, o mais importante da carreira de Musk: não se deixe levar pelas notícias que o condenam ao fracasso antes da hora!
Nunca deixe de fazer as perguntas certas
O que este autor pode traduzir como nunca ignore a força transformadora do conhecimento.
Isto é a lição preconizada por grandes figuras como Aristóteles, Einstein, Elon Musk e ET de Varginha. Sim, até o ET de Varginha.
Não se deixe abater por verdades prontas do senso comum e nem desista de um projeto promissor, mas difícil, sem tentar entender o verdadeiro motivo de seus empecilhos.
Musk está aí para concordar. Um visionário multibilionário respeitado no globo inteiro por seus contribuições para a ciência e a tecnologia.
Entre suas ideias: casas e carros alimentados a energia elétrica, bancos virtuais, colônias em Marte e telepatia.
É impossível!
Mas peraí, por quê?