Primeiro carro a ser fabricado e montado pela própria Tesla, o Model S ainda é o grande expoente dos carros elétricos no mercado mundial.
Projetado sob o codinome White Star, o sedã de luxo foi anunciado em 30 de junho de 2008, tendo o protótipo apresentado em 26 de março de 2009. A entrega da primeira unidade foi realizada em junho de 2012.
Sinônimo de luxo da montadora Tesla, o Model S P100D tem autonomia de 484 Km com uma carga na bateria, custando R$9,63 a cada 100km.
O que você vai ver aqui:
Resumo das informações do Model S P100D
Dados técnicos do carro | Model S P100D |
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Potência – Kw/h (Cavalos) | 451 kW (605 hp) |
Autonomia Máx (km) | 484 km |
Aceleração de 0 a 100Km/h | 2,7 seg |
Velocidade Máxima | 249 km/h |
Consumo (wh/km) | 193 wh/km |
Consumo (R$/100 km) | R$ 9,63 para cada 100 km percorridos |
Preço para recarregar a bateria (R$) | R$ 50,00 |
Preço em dólar (U$) | U$123.200,00 |
Preço em real – Conversão direta (R$) | R$400.400,00 |
Preço no Brasil considerando impostos e taxas | R$1.185.184,00 |
Comprimento X Largura X Altura (em metros) | 4.98m X 1.96m X 1.45m |
Desde os primeiros anos, a Tesla Motors sempre planejou revolucionar a mentalidade relacionada aos carros elétricos. Ao invés de oferecer apenas uma alternativa verde aos motores a combustão, a montadora pretendia aliar as vantagens dos propulsores elétricos a fatores de comodidade e performance.
Foi com isso em mente que o Model S, o primeiro carro projetado e construído pela própria Tesla, foi lançado.
O Model S representou uma série de “primeiros” para a fabricante. Foi o primeiro carro desenhado pelo alemão Franz Von Holzhausen, que hoje é o designer principal da Tesla. Também foi o primeiro modelo a ser fabricado e montado in-house pela montadora, sendo o responsável por inaugurar a Tesla Factory em Fremont, na Califórnia. E, mais importante, marcou a entrada definitiva da marca de carros elétricos no mercado automotivo, inicialmente apenas em solo americano, mas depois igualmente no mercado mundial.
Vamos apresentar, então, um pouco mais a respeito deste pioneiro elétrico.
O lado técnico do Model S
Como é de praxe, a introdução a um carro deve começar pela parte técnica. O Model S foi lançado com um único motor, montado sobre o eixo traseiro. O propulsor original produzia 362 cavalos. Posteriormente, a Tesla passou a produzir somente as versões com tração nas quatro rodas, que contam com os motores posicionados sobre os dois eixos.
Por ter sido projetado já como um carro elétrico (ao contrário de modelos elétricos que são feitos a partir de carros movidos a explosão), o Model S conta com espaço adicional no interior, já que os propulsores são localizados sobre os eixos. Também há a adição de um porta-malas na parte da frente.
A bateria passou por diversas modificações. Já foram utilizadas as de 40, 60, 70, 85 e 90 kWh. Porém, devido ao menor número de vendas dessas, a Tesla optou por descontinuá-las. Atualmente, a fabricante produz apenas as versões com bateria de 75 e 100 kWh, que são as opções mais populares.
Um dos atrativos do carro é o design da carroceria. Pensando em melhorar a autonomia, o Model S possui um coeficiente de arrasto aerodinâmico de 0,24, um dos menores do mundo. Com a menor resistência do ar, o motor é menos exigido, e, consequentemente, a economia de energia é maior.
Para auxiliar nesse aspecto econômico, o carro também conta com sistema de reaproveitamento de energia. Parte do que seria dissipado em calor durante frenagens é reaproveitado pelas baterias, o que também ajuda a aumentar a vida útil do sistema de freios.
Especificações técnicas
O sedã tem comprimento de 4.976 mm, com distância entre-eixos de 2.960 mm. A largura é de 1.964 mm, e a altura de 1.435 mm. Os veículos com bateria de 75 kWh pesam 2.050 kg, enquanto os de 100 kWh têm 2.250 kg. A distribuição é de 48% na parte da frente e os outros 52% atrás.
A suspensão tem modelo double wishbone, e é ligada ao GPS, podendo registrar na memória elevações, ondulações e outras mudanças de terreno, realizando mudanças automaticamente conforme necessário. Os freios contam com sistema ABS, e os faróis são de LED.
As baterias são feitas de lítio, com rotor feito de cobre. A carenagem é feita de alumínio e reforçada com aço e boro. O para-brisas e as janelas são feitos de vidro temperado, enquanto o traseiro é feito de vidro laminado. O teto do carro também é feito de vidro, com o intuito de aumentar o campo de visão do motorista.
Para abrir a porta, não há necessidade de destrancá-las, bastando apenas aproximar a chave. O interior conta com uma tela sensível ao toque de 19″, que substitui o painel de instrumentos convencional. Por fim, o carro ainda conta com dois porta-malas, com espaço muito maior disponibilizado pelo projeto totalmente planejado em função dos motores elétricos. O dianteiro comporta 150 litros, enquanto o traseiro outros 744 (1.645 com os assentos dobrados).
Segurança
O Model S é um dos únicos carros do mundo a ter recebido avaliações cinco estrelas no quesito segurança tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.
O motor elétrico contribui significativamente. Com menos espaço sendo ocupado pelo propulsor, o veículo ganha sobra para melhoras de segurança. No lugar que seria ocupado pelo bloco do motor a combustão existem barras de aço reforçadas com boro, responsáveis por amortecer impactos. O centro de gravidade é alterado pela ausência do bloco, o que diminui o risco de capotar. O chassi é revestido por barras de alumínio reforçadas com aço, que protegem os ocupantes de impactos laterais.
O grande problema para o modelo era referente à localização das baterias. Nos primeiros anos, o Model S sofreu com incêndios relativamente frequentes, causados em grande parte por impactos diretos. A solução adotada foi compartimentar a parte inferior do carro, onde estão os motores elétricos e as baterias. Com proteções adicionais, há uma redução da chance de colisões diretas com as baterias. Em caso de incêndio, as divisões isolam o foco, evitando maiores danos.
A central eletrônica do carro corta a alimentação de energia em caso de colisões para evitar incêndios. Além disso, há oito airbags no interior, localizados tanto na parte da frente quanto na de trás.
Potência e performance
Os dois motores do Model S produzem, quando combinados, 779 cavalos. Entre os carros de produção, o modelo da Tesla é o mais rápido a atingir a marca de 100 km/h. Graças ao torque imediato oferecido pelo motor elétrico, são necessários apenas 2,36 segundos, o que o deixa em pé de igualdade com muitos esportivos. Vale ressaltar, no entanto, que isso só é possível no modo “Ludicrous”, que permite ao motorista utilizar toda a potência à disposição por um tempo limitado pelo próprio hardware do veículo, com o intuito de evitar danos à bateria causados por superaquecimento.
Para quem acompanha automobilismo, o Model S também já é conhecido. O modelo foi o escolhido para a Electric GT World Series, lançada em 2016 e com estreia prevista para 2018. As especificações da versão de corrida são semelhantes às de rua. Equipado com uma bateria de lítio responsável por impulsionar os motores dianteiro e traseiro, o carro produz 778 cavalos, tem velocidade máxima de 250 km/h e vai de 0 a 100 km/h em apenas 2,1 segundos.
Autonomia
O Model S é o carro elétrico com maior autonomia no mercado, com alguma sobra. Em agosto deste ano, o sedã de luxo registrou o novo recorde mundial de autonomia para um elétrico. Na Itália, um proprietário registrou 1.078 quilômetros percorridos em uma única carga de energia. Em média, o carro alcança 576 quilômetros. O segundo colocado na lista é o SUV da própria Tesla, o Model X, capaz de percorrer 462 quilômetros. Primeiro modelo da lista que não é fabricado pela Tesla, o Bolt, da Chevrolet, percorre 380 quilômetros em uma única carga.
Tesla Superchager
Para os proprietários que precisarem recarregar a bateria do Model S em uma das estações Supercharger da Tesla, há udas opções. A primeira é para os donos mais antigos. Os veículos adquiridos antes de 15 de janeiro deste ano têm recarga sem custo nas estações da rede. Já os comprados depois desta data ganham 400 kWh de recarga sem custo, passando a pagar US$ 0,40 por kWh após isso, ligeiramente acima da média nacional. Vale lembrar que é possível recarregar o Model S em casa, utilizando o kit fornecido pela Tesla.
Comparativo de consumo: o Model S e os motores a combustão
Como é sabido, os motores elétricos ainda devem em relação aos movidos a explosão em termos de autonomia. Isso se deve ao alto potencial enérgico da combustão em comparação à energia elétrica.
Usando o Mercedes Benz Classe S, principal rival do Model S no mercado de sedãs de luxo, como parâmetro, a diferença é perceptível. Como explicado acima, o Model S tem a autonomia média estimada em 576 quilômetros com uma carga completa. O Classe S, que, de acordo com o INMETRO, tem autonomia de 11,6 km/L, percorre 1.044 quilômetros com o tanque cheio. Ou seja, o consumo médio do carro, sem a prática de hypermileage, fica a apenas 34 quilômetros do recorde estabelecido pelo Model S.
A grande vantagem para os elétricos plug-in, caso dos veículos da Tesla, é o baixo custo da recarga. Nos Estados Unidos, 1 kWh custa, em média, US$ 0,12. Já o litro da gasolina sai seis vezes mais caro, a US$ 0,72. Ou seja, um tanque cheio para o modelo da Mercedes custaria US$ 64,80. Já uma carga completa da bateria de 100 kWh do carro da Tesla sairia mais em conta, apenas US$ 12. Para percorrer a mesma distância de um tanque cheio do Classe S, o Model S gastaria US$ 21,75, ou aproximadamente 33,6% do total.
A tecnologia presente no Model S
Dentre todas as inovações apresentadas pelo Model S, há algumas que merecem destaque. Os dois motores são comandados pelo hardware da central eletrônica, que determina quanto de potência cada propulsor enviará ao eixo traseiro ou dianteiro. As adaptações são realizadas conforme as variações de terreno e condição de pista. Essas, por sua vez, são memorizadas pela central eletrônica do carro, o que é extremamente útil caso o motorista repita o mesmo trajeto com frequência.
Além do silêncio do motor elétrico, o interior do carro tem ainda menos barulho devido ao isolamento acústico da cabine. Outra grande mudança referente ao interior é a substituição do painel por uma touchscreen de 17 polegadas. Além de apresentar informações comuns relativas ao carro, a tela funciona como uma central de comando e de multimídia. Nela, é possível acessar sistemas de navegação, regular janelas, o ar condicionado, a suspensão e o teto solar. Além disso, também há a opção de acessar a internet e usar aplicativos. O lado negativo é a dependência de uma conexão de internet em todos os momentos.
Para que o motorista possa usar a tela, o Model S tem um sistema de piloto automático como opcional de fábrica. Introduzido em 2014, o Tesla Autopilot é habilitado via software, e conta com uma câmera montada no para-brisas, um radar na parte dianteira e um sistema de detecção acústica ultra-sônico, responsável por determinar a localização de outros veículos e objetos na estrada.
Concorrentes
Engana-se quem pensa que o Model S causa impacto somente no mercado de elétricos. O modelo da Tesla é o líder de vendas dentro do segmento de sedãs de luxo nos Estados Unidos. Mas de nada adianta falar sem apresentar os números.
A posição no ranking não vem de hoje. O Model S assumiu a liderança já em 2015, quando passou a ser responsável, sozinho, por uma fatia de aproximadamente 25% das vendas do setor de sedãs de luxo no mercado norte-americano. Foram 25.202 unidades vendidas ao final daquele ano. O Mercedes-Benz Classe S, segundo colocado, alcançou 21.934. Já o terceiro colocado, o Série 7 da BMW, aparece bem mais distante, com 9.292.
Agora, em 2017, a estimativa para o primeiro semestre foi de 12.500 unidades vendidas (a Tesla não divulga o número oficialmente). O Classe S alcançou 7.583, e o Série 7 outras 4.255.
O crescimento da Tesla naturalmente não passou despercebido. Com uma fatia tão grande do mercado nas mãos da fabricante, as outras montadoras já começam a planejar uma investida pesada. E será justamente com outros carros elétricos.
A Porsche saiu na frente e anunciou um novo carro, o Mission E. Originalmente apenas um carro-conceito, chegará ao mercado em 2019, e promete causar algum reboliço. Com aparência de esportivo, o Mission E será vendido na mesma faixa de preço do Panamera, o sedã de luxo da montadora de Stuttgart e concorrente direto do Model S.
O Model S sob o olhar financeiro
Vendido a partir US$ 74.500, o Model S ainda é relativamente mais barato do que alguns concorrentes. O Classe S, a fim de comparação, custa US$ 89.900. Comparado aos outros dois plug-in populares, o elétrico Nissan Leaf e o híbrido Chevrolet Volt, no entanto, o sedã é mais caro, justamente por pertencer a outro segmento. Enquanto o modelo japonês tem preço de fábrica de US$ 30.680, o Volt sai por US$ 34.095.
A Tesla oferece como vantagem a economia nos serviços de manutenção. Por ser movido a bateria, o modelo não tem necessidade de reposição de peças do motor ou de trocas de óleo, além de não haver preocupação com a inspeção veicular de emissão de poluentes.
A manutenção para todos os veículos da montadora deve ocorrer a cada 12.500 milhas (20 mil km) ou a cada 12 meses, o que vier primeiro. São três planos oferecidos aos proprietários do Model S. A primeira opção é pagar pelo serviço separadamente. A segunda alternativa é fechar um plano de três anos a um custo de US$ 1.550, e a terceira um plano de quatro anos por US$ 2.325.
O Model S no Brasil
O Model S passou a ser vendido por aqui em novembro de 2016. O veículo é importado e custa a partir de R$ 745 mil. Somente as variações com bateria de 70 kWh estão disponíveis. A responsável pela distribuição é a revendedora Elektra Motors, localizada em São Paulo.
Como atrativo oferecido pela montadora americana, todos os proprietários do sedã de luxo no Brasil poderão usar as Superchargers sem custo adicional. Outros incentivos são oferecidos pelo governo federal e por algumas administrações estaduais. O governo federal oferece isenção do imposto de importação para elétricos e híbridos. Para os proprietários, Piaui, Maranhão, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte oferecem isenção de IPVA para esses veículos. Já São Paulo oferece 50% de abatimento no IPVA, enquanto a capital do estado libera elétricos e híbridos do rodízio. Confira modelos disponíveis para compra no Brasil.