Imagine um universo em que você não precisa guiar seu carro. Basta apontar a localização e o veículo, sozinho, se vira para chegar lá com independência, segurança e conforto.
Um universo em que ao pegar um táxi você não encontre um motorista que te levaria ao destino solicitado, mas no máximo um “supervisor” do carro. Talvez nem isso. É que o automóvel realmente não precisa de ninguém para apertar o acelerador, controlar o volante e trocar a marcha.
Bom, este universo hipotético não é uma fantasia louca saída da imaginação de algum escritor de ficção científica: é uma realidade que já pode ser avistada no horizonte, aproximando-se cada vez mais do nosso presente.
Estamos falando, claro, dos carros autônomos. Estas inovações vêm sendo adotadas gradualmente por corporações prestadoras de serviço de transporte como a Uber e a Lyft (sua principal concorrente).
A ideia cada vez mais popular ganhou lugar de destaque após a CES, maior feira de tecnologia do mundo, sediada em Las Vegas. O público se apaixonou com o conceito saído de ficção futurista.
Dito isso, não é algo realmente novo para os pesquisadores. Apoiando-se na produção científica de engenheiros da Universidade de Stanford e da Universidade Carnegie Mellon, as regiões de Silicon Valley e Pittsburgh, importantes polos tecnológicos, já faz algum tempo concentram os maiores avanços na tecnologia de carros autônomos.
Contudo, apenas agora a coisa está ficando mais rentabilizável e prática.
Pelo andar da carruagem (ou do carro autônomo), mais cedo do que esperamos os automóveis que se dirigem sozinhos estarão espalhados por aí, dispensando a necessidade de motoristas e fazendo escolhas por si próprios.
Um pouco temerário? Não se preocupe: quando a indústria generalizar o uso de autônomos, é capaz de termos um tráfego muito mais seguro, sem motoristas embriagados ou desqualificados nos volantes. A bem da verdade, até seus filhos de 10 anos poderão ficar nos bancos da frente.
Nosso artigo conta mais um pouco sobre o funcionamento dos veículos, a supracitada adoção dos autônomos pela Uber e os impactos possíveis da inovação no mercado automobilístico internacional. Chegue mais.
A Uber já começou a utilizar carros autônomos nos Estados Unidos
Também conhecidos como AVs (autonomous vehicles), a Uber já tem carros do tipo, apelidados lá fora como robotaxis (táxi-robôs), rodando em cidades como Pittsburg e Phoenix. Sempre com a presença de um supervisor humano. Este profissional, que é mais um segurança do que um motorista, assume o volante caso algo inesperado aconteça ou para guiar o automóvel por ruas e direções que sofreram alterações recentes.
Os carros dirigem de forma tranquila, percebendo eficazmente cruzamentos, luzes dos sinais e pedestres. São capazes até de se adaptarem a costumes locais: por exemplo, em Pittsburgh há uma “tradição” no trânsito em que é simbolicamente permitido ao primeiro carro (em sinais, veja bem) virar à esquerda na frente do tráfego.
Novamente: a independência total dos automóveis ainda não é recomendada, mas a inteligência dos AVs a cada dia é aprimorada mais um pouco. Parece questão de tempo até que o elemento humano se torne inteiramente dispensável.
Quem está dando uma ajuda fundamental no aquecimento desse mercado é a gigante Google: a Waymo, sua empresa subsidiária de desenvolvimento de tecnologia para carros autônomos, já produz carros, vans e caminhões que dispensam o apoio de motoristas em suas operações. Inclusive, a Waymo já se arrisca a utilizar minivans sem supervisores nos subúrbios de Phoenix.
Ousado? Bom, a General Motors, maior fabricante de carros da América, pretende lançar no ano que vem um Chevy Bolt autônomo que sequer possui pedais e volante. Pois é: trata-se de tanta confiança no projeto que a intervenção humana nem será possível.
Impacto na indústria: todo mundo quer seu quinhão
Mesmo que os carros autônomos e elétricos ainda estejam começando a pavimentar as estradas que eles mesmos percorrerão (e dominarão) muito em breve, a realidade é que nem todos na indústria estão abertos a novas ideias, questionando seu potencial.
Muito agarrados à tradição ou com medo do futuro, talvez. Mas precisam levar a sério as mudanças que os novos tipos de veículos proporcionam. Tanto que algumas das principais companhias (entre montadoras e empresas de hardware e software) já estão disputando agressivamente as maiores fatias do mercado emergente.
A coisa é bem séria: o CEO da Ford foi demitido em 2017 porque não estava conseguindo acompanhar o mercado de elétricos e autônomos, liderado por Toyota e Tesla.
Enquanto isso a Nvidia e a Intel, de olho nos lucros absurdos, batalham para produzir os sistemas e inteligências artificiais mais avançados.
A Nvidia obviamente está na frente, formando parcerias com Tesla, BMW, Toyota, Volkswagen, entre outras gigantes. Brian Krzanich, CEO da Intel, decidiu correr atrás do prejuízo e comprou por 15 bilhões de dólares a Mobileye, desenvolvedora israelense de sistemas para carros autônomos.
As parcerias entre fabricantes de hardware (Intel e Nvdia), montadoras (Toyota, Ford, Tesla, etc) e prestadoras de serviço como a Uber têm potencial para gerar lucros inéditos para todo mundo.
É preciso aceitar essa interdependência: o futuro é esse. O mercado precisa se educar e se adaptar, compreendendo que o desenvolvimento de inteligências artificiais e sistemas de hardware poderosos, além da parceria com empresas como a Uber, é o caminho. Não mais somente engenharia de motores, carrocerias vistosas e a venda direta para pessoas físicas.
Como fica para o consumidor?
Fica ótimo. Tenha ou não tenha um carro.
Explico: é que os os autônomos sinalizam um corte gigantesco (relativo ao valor dos motoristas, que representa uns 60% da tarifa total) nos custos dos táxis.
Na verdade, um corte tão imenso que o valor do robô-táxi por milha/metro/quilômetro/etc será menor que o de um automóvel privado. Isto é: será possível economizar mais dinheiro pegando Uber ao invés de usar o próprio veículo. Já pensou que luxo?
Em larga escala, isto significa que a posse de um carro será paulatinamente desvalorizada, reduzindo a poluição e os excessos consumistas para dar lugar a uma indústria mais racional e ambientalmente sustentável. Menos veículos nas ruas, menos acidentes, menos barulho, menos sujeira.
Esta economia (e boa vontade contra a poluição) é melhor percebida quando lembramos que os carros autônomos também são elétricos: mais caros na venda, porém muito mais baratos para rodar, já que dispensam combustíveis. E olha só: com zero emissões de poluentes!
Óbvio que agora você deve estar curioso para saber mais sobre carros autônomos e elétricos, não é? Perguntinhas básicas e insistentes podem assomar em sua mente: quem tá liderando a corrida no mercado? Quando vão chegar no Brasil? Será que vamos produzir nossos próprios autônomos?
Para ter a resposta a essas perguntas, fique ligado em nosso site. O CarroElétrico.com.br é a maior plataforma de notícias sobre o mercado de elétricos, híbridos e tecnologias relacionadas no Brasil.
Aqui você nunca fica desatualizado: estamos sempre com a tomada ligada 😉