Tire suas dúvidas a respeito do carro híbrido mais vendido no Brasil, o Toyota Prius.
O Toyota Prius é a grande referência mundial quando falamos sobre carros híbridos. E não é para menos. Afinal, o modelo da montadora japonesa foi o primeiro desse segmento a ser produzido em massa.
Lançado em 1995 exclusivamente para o mercado japonês, o carro ganhou o mundo em 2000. De lá para cá, a popularidade cresceu. E o Prius não se destaca somente pelo atrativo de ser ecologicamente correto: para quem busca economizar nos custos do combustível, também é uma alternativa.
Se o negócio é performance, o híbrido da Toyota também não fica atrás no quesito. Como em todos os modelos do segmento, o motorista terá à disposição dois motores, um elétrico e outra convencional a combustão, podendo desfrutar das vantagens de ambos. Como o propulsor elétrico tem um torque imediato, coloca o carro em movimento assim que o acelerador é acionado, sem engazopar. E, se precisar despejar mais potência, o motor a explosão, movido a gasolina, também está lá para ajudar.
O modelo chama a atenção por onde passa graças às já características linhas extremamente agressivas da carenagem. Explica-se: tudo no carro é pensado para torná-lo o mais econômico possível. Com o segundo menor coeficiente aerodinâmico do mercado de compactos, o carro da Toyota “desliza” pelo ar com o mínimo de arrasto, o que ajuda a poupar ainda mais combustível.
Depois dessa breve introdução, é hora de mergulhar mais a fundo nos detalhes que interessam ao possível comprador.
O que você vai ver aqui:
Vantagens do Híbrido da Toyota
Ao decidir comprar um carro, naturalmente olhamos, antes de mais nada, para a questão técnica.
Não é novidade que os híbridos sempre foram vistos com certa desconfiança. Seja pela concepção de que os modelos do segmento têm pouca potência, pelo preço acima da média para carros semelhantes ou então devido à baixa popularidade por aqui, a verdade é que ainda há uma certa resistência do brasileiro com relação a esse tipo de veículo.
Mas o Prius oferece vantagens. Para começar, o motorista conta com dois motores para impulsionar o veículo. O convencional a combustão a gasolina produz 92 cavalos. Já o elétrico consegue gerar sozinho outros 72. Quando o modelo da Toyota utiliza os dois em conjunto, alcança a marca de 123 cavalos.
A central eletrônica do carro é a responsável por determinar o momento em que cada propulsor entra em ação. Devido ao torque imediato que fornece, o motor elétrico é usado para colocar o carro em movimento. Também é utilizado em situações de baixa velocidade, como no trânsito ou ao estacionar. Quando há a necessidade de maior potência, como em estradas ou subidas, o motor a combustão passa a ser mais utilizado, sempre contando com o auxílio do elétrico. Também é o responsável por carregar as baterias dos componentes do propulsor elétrico.
Graças às linhas agressivas, distintas e características, o Prius conta com um coeficiente aerodinâmico de 0,24cx, um dos menores do mercado e menor do segmento de sedãs liftback. Como explicado anteriormente, o resultado prático dessa menor resistência é uma economia maior de combustível, uma vez que o motor precisa trabalhar menos para vencer o atrito gerado pelo ar.
Mas o que mais interessa ao comprador é, sem dúvidas, o fator economia. Este merece um tópico à parte.
A economia do Prius
Não há dúvidas de que a maior vantagem dos modelos híbridos com relação aos convencionais é a economia de combustível. Ouvimos falar disso sempre que o assunto é mencionado, então que tal traduzir em termos mais objetivos?
Simples e direto: o Prius é o carro mais econômico do Brasil. De acordo com cálculos realizados pelo INMETRO, o modelo da Toyota consegue fazer 18,9 km/l na cidade e 17 km/l na estrada. São 52% e 42% de economia com relação a carros de mesmo porte. A autonomia, segundo a própria montadora, supera os 800 km. Explica-se: o sistema híbrido utilizado no carro é desenvolvido a partir dos carros de corrida da fabricante japonesa. A tecnologia presente no modelo de rua tem como base a presente nos protótipos utilizados pela equipe oficial da Toyota na classe LMP1-H do Mundial De Endurance (FIA WEC).
O motor elétrico é recarregado constantemente ao reaproveitar a energia que seria desperdiçada em forma de calor. Podemos não perceber, mas a verdade é que perdemos uma enorme quantidade de energia em frenagens e outros momentos comuns durante a condução. O sistema híbrido do Prius reaproveita tudo isso e usa para alimentar a parte elétrica, que, por sua vez, ajuda a aliviar o trabalho do motor convencional. Tudo é pensado para dar uma economia ainda maior de combustível.
A autonomia do motor elétrico sozinho não chega a ser tão impressionante (apenas 1,6 quilômetro, já que depende diretamente de o carro estar em movimento), mas há uma vantagem considerável com relação aos híbridos convencionais (plug-in, recarregáveis com tomada): não há necessidade de parar para recarregar, bastando apenas reabastecer o motor a combustão. O motor elétrico é sustentado exclusivamente pela energia produzida pelo próprio carro. O peso também foi reduzido na versão 2016 para auxiliar, passando para 1.400 kg.
Espaço interno e conforto
O modelo 2016 do Prius foi redesenhado para realocar a bateria e ganhar espaço interno, que inclusive chegou a ser apontado como um problema nas gerações anteriores do híbrido.
O modelo conta com 4,54 metros de comprimento total, largura de 1,76 metro e altura de 1,49 metro, com 2,76 metros entre-eixos. Ao todo, há espaço interno para quatro passageiros adultos e uma criança. Para quem busca um carro para a família, é uma opção válida. O porta-malas comporta 412 litros.
Para fugir do barulho dentro do veículo, o Prius também é uma alternativa interessante. Com o motor elétrico operando sozinho, o carro é, evidentemente, extremamente silencioso. Por conta desse propulsor, o movido a explosão também ganha em silêncio ao trabalhar menos.
Outras comodidades oferecidas como itens de série são um carregador de celular sem fio integrado ao carro, TV, vidros elétricos e ar-condicionado digital concentrado somente onde há a presença de passageiros. Os bancos são de couro sintético.
Para destravar as portas, basta apenas aproximar a chave. A partida do motor é dada a partir do botão de start/stop, como já é de praxe em modelos mais modernos. Para o motorista, há também controle de estabilidade e de tração, faróis de LED, sistema de navegação, HUD colorido localizado no para-brisas e regulagem elétrica para o banco.
Quanto custa ter um Prius
Quando falamos em preço, aprece aí a principal desvantagem para o Prius. O preço sugerido pela fábrica é de R$126.600, o que passa longe de ser considerado acessível.
Sabendo disso, a Toyota vem ativamente adotando algumas medidas para torná-lo mais atrativo. Há dois anos, a montadora japonesa igualou os custos de manutenção do modelo híbrido aos dos planos disponíveis para o Corolla, seu carro mais vendido no Brasil. A garantia é de três anos,
A única diferença é a bateria, que custa R$ 10 mil por unidade. Mas o gasto não chega a ser tão absurdo: a Toyota oferece oito anos de garantia no produto. Além da própria bateria, também estão inclusos neste plano partes da central eletrônica (especificamente o monitoramento da bateria e do sistema elétrico) e o motor elétrico do carro. Em outras palavras, as partes da manutenção que mais assustam os potenciais compradores estão cobertas com alguma sobra.
Vale ressaltar que para ter direito a esses oito anos, no entanto, é preciso obedecer a manutenção sugerida pela fabricante, a cada dez mil km rodados ou após um ano, o que vier primeiro. Veja os preços, que podem ser parcelados em até três vezes sem juros, abaixo:
- 10 mil km/1 ano: R$ 206,96
- 20 mil km/2 anos: R$ 421,49
- 30 mil km/3 anos: R$ 304,49
- 40 mil km/4 anos: R$ 613,79
- 50 mil km/5 anos: R$ 304,49
- 60 mil km/6 anos: R$ 781,46
Buscando aumentar a circulação de híbridos e elétricos, o governo federal e administrações estaduais e municipais têm oferecido incentivos a esses modelos.
Incentivos a híbridos e elétricos
Para potenciais compradores, há ótimas notícias.
Em novembro do ano passado, o governo federal tomou a decisão de oferecer incentivos fiscais a híbridos e elétricos no país. O mais notável foi o corte do tributo de importação. O impacto pode chegar a 30% do valor de fábrica dos modelos.
Buscando motivar a fabricação em território brasileiro desses carros, que são todos importados, haverá também a isenção de dez anos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para híbridos e elétricos de fabricação nacional.
Embora não haja nenhuma palavra oficial, há rumores de que a Toyota pretende passar a produzir o Prius no Brasil, talvez já em 2018. Isso naturalmente acarretaria em uma redução ainda maior do preço.
Administrações municipais têm adotado medidas que, nesse caso, interessam aos proprietários desses carros. No Rio de Janeiro, o IPVA taxa 0,5% do valor de tabela dos modelos híbridos e elétricos. Já em São Paulo, esse valor é de 3%. Em números relativos, entretanto, equivale a um desconto de 50% na capital paulista. Os paulistanos proprietários de Prius também estão isentos do rodízio.
Afinal, vale à pena comprar um Prius?
Obviamente, ao custo de nada módicos R$126.600 (aproximadamente R$90 mil após incentivos), o Prius passa longe de ser a opção mais barata do mercado. O argumento chave para ter o híbrido é o custo-benefício.
Para quem busca economia, não há opção melhor no mercado. O Brasil está entre os quinze países do mundo que mais gastam com combustível, segundo a Bloomberg. O preço da gasolina por aqui também está entre os mais caros do planeta.
Para quem pretende utilizar o Prius no dia-a-dia, em deslocamentos relativamente curtos e de baixa velocidade, o híbrido já passa a ser uma opção muito interessante. Nessas situações, o motor elétrico tem uma participação maior no ciclo do carro. Ou seja, o consumo de gasolina é menor. Para ter uma ideia, o modelo da Toyota é capaz de percorrer 3 km/l a mais do que o segundo veículo mais econômico do país segundo o INMETRO (o Peugeot 208).
Outra economia, essa em comparação a outros híbridos: por ter um sistema com recuperação de energia, não há necessidade de reabastecer o motor elétrico via plug-in. O único gasto será com a gasolina.
Analisando os números…
O mais interessante, porém, seria traduzir a vantagem do Prius em números: o preço médio do litro de gasolina no Brasil voltou a atingir nesta semana o maior preço da história – aproximadamente R$ 3,89 por litro. Para comparação, usaremos o Corolla, principal carro da Toyota vendido no Brasil e parte de um segmento de sedãs semelhantes.
Estabelecendo a média anual de 15 mil quilômetros rodados e usando a gasolina como combustível para essa comparação, o Corolla (com consumo médio na cidade de 11 km/l) gastaria R$ 5.304,54 em 12 meses. Já o Prius teria um custo de R$3.241,67 – uma economia de mais de R$2 mil. E, contando com os incentivos do governo federal, o preço real do modelo híbrido é essencialmente o mesmo do Corolla, o que tornaria essa vantagem na economia de combustível ainda mais expressiva.
Em resumo, se o objetivo é economizar em gastos com combustível, o Prius vale à pena. E, contando cada vez mais com incentivos para reduzir o preço de tabela e amortecer a carga tributária, o híbrido passa a ser uma alternativa cada vez mais atraente. Claro, também há a questão da consciência ecológica: o modelo emite aproximadamente 40% menos de dióxido de carbono (CO2) com relação a um carro convencional.
Sabendo de tudo isso, é possível responder: o Prius será o seu primeiro híbrido?
Toyota Prius: especificações técnicas
- Motor: 1,8 l, 98 cavalos, 5.200 RPM, injeção eletrônica
- Cilindrada: 1.798 cm³
- Torque: 14,2 kg.N a 3.600 RPM
- Transmissão CVT
- Suspensão com sistema double wishbone
- Direção elétrica
- Freio com ABS
- Pneus: 195/65
- Rodas de liga leve
- Tanque com capacidade de 43 l
- Largura total: 2,31 m
- Altura: 1,49 m
- Entre-eixos: 2,7 m
- Porta-malas: 412 l
- Vão livre: 13,6 cm