Atualmente, os carros autônomos têm ganhado destaque e estão começando a ser usados por empresas de transporte de passageiros, como o Uber e Google. Os testes estão a todo vapor, inclusive com passageiros reais. Confira um pouco mais sobre essa tecnologia, seus avanços e inevitáveis problemas.
Em muitos momentos do nosso cotidiano, lidamos com robôs ao invés de humanos, e essa realidade está refletindo no mundo automobilístico. Como todos sabem, o Uber vem se tornando uma grande potência no quesito transporte de passageiros. Diante disso, há muitos que dizem que o tradicional táxi está com os dias contados.
Soma-se a esse fenômeno chamado Uber, o anúncio da empresa de que carros autônomos serão usados em sua frota. Esses carros estão sendo testados arduamente, incluindo simulações com passageiros reais.
Como toda tecnologia, essa pode trazer uma real evolução no mundo do transporte comercial, mas as dificuldades sempre aparecem, afinal, para algo tão complexo como transportar pessoas sem um motorista para guiar o veículo, são necessários muitos testes antes que se alcance a perfeição.
A seguir, saiba sobre os carros autônomos da Uber e seu projeto de deixar os motoristas de carro para trás, utilizando tecnologia de ponta.
O que você vai ver aqui:
Carro autônomo do Uber: o projeto
Em setembro, a Uber, empresa criadora de uma rede de transporte através de um aplicativo, anunciou que começaria a incluir carros autônomos em sua frota nos Estados Unidos.
Sim, essa ideia pode parecer um pouco assustadora para muitos, afinal, como um carro pode dirigir sozinho? Apesar do temor, esse é o futuro do sistema de transporte.
Um carro autônomo em teoria é um veículo que não necessita de uma pessoa para conduzi-lo, pois, através de uma tecnologia que inclui sensores, sistemas de navegação, câmeras e lasers, o carro consegue se orientar pelas vias sozinho.
Para que tudo ocorra com segurança quando os carros forem colocados nas ruas de todo o mundo, a empresa está realizando diversos testes e simulações (inclusive em corridas reais, com passageiros) para desenvolver a tecnologia por trás do automóvel.
O experimento está sendo feito em Pittsburgh, na Pensilvânia, onde as leis para esse tipo de carro são menos rigorosas.
Outra notícia animadora é que o Uber está utilizando carros híbridos, que são mais eficientes, além de emitirem menos poluentes na atmosfera. O modelo utilizado inicialmente foi o Ford Fusion Híbrido, mas depois a empresa também fechou parceria com a Volvo.
A intenção do Uber é concluir as simulações o mais rápido possível – sem abrir mão da segurança, claro – e colocar os carros autônomos à disposição da população.
Distância percorrida: estatísticas preocupantes
Para garantir o melhor desempenho e acompanhar as evoluções ou retrocessos, o Uber coleta dados dos carros autônomos que estão sendo utilizados nos testes.
Uma das categorias de análise é a distância percorrida do carro sem a intervenção do motorista.
A partir dessa premissa, 3 subcategorias foram criadas:
- Distância percorrida antes de uma intervenção do motorista
- Distância antes de uma intervenção em situação de perigo
- Quantidade de situações de desconforto.
A seguir, vamos explicar cada subcategoria e expor os dados coletados pela empresa.
Intervenções por qualquer razão
O Uber calcula quantos quilômetros o carro andou sozinho, sem uma intervenção do motorista por qualquer razão, como uma falha em algum sensor ou condições climáticas desfavoráveis, etc.
Esse cálculo é chamado de “milhas por intervenção” e ajuda os engenheiros da empresa a entenderem o que precisa ser melhorado no sistema autônomo para que menos intervenções sejam necessárias.
Nessa subcategoria, infelizmente os resultados não são muito animadores. Entre janeiro e março, houve uma queda na quantidade de quilômetros rodados pelo carro antes que o motorista precisasse assumir o controle.
Intervenções críticas
As intervenções críticas são aquelas que precisam ser feitas para evitar algum acidente.
Em janeiro de 2017, os carros autônomos conseguiram rodar uma média de 200 Km antes que o motorista precisasse fazer uma intervenção crítica. Em fevereiro esse número caiu drasticamente: apenas 80 Km foram rodados antes de uma intervenção.
Já em março, felizmente, o número de milhas antes de uma intervenção crítica subiu para uma média de 315 Km.
Por mais que o número em março seja bom, não há uma estabilidade comparando todos os meses analisados. Para que o carro seja considerado seguro, é necessário que a média quilômetros entre intervenções seja mínimo possível e sem variações.
Situações de desconforto
Frenagens e desacelerações abruptas são algumas das situações descritas como desconfortáveis e que entram nas estatísticas do Uber.
Essa subcategoria também tem apresentado variações através dos meses. Isso significa que ainda não se chegou a um coeficiente baixo e estável.
As estatísticas apresentadas acima ainda são preocupantes, pois não se mantêm em um número baixo e estável. Estas duas características são essenciais para que os carros autônomos do Uber possam estar prontos para rodar em todos os lugares.
Carros autônomos do Uber já rodam com passageiros
Em Pittsburgh, corridas-teste com passageiros já estão sendo feitas de forma controlada e gratuita aos que aceitarem andar nesse tipo de carro.
Por mais que dispense uma pessoa para dirigir, durante esse momento de testes, um motorista e um engenheiro do Uber acompanham o trajeto dentro do carro.
Caso haja algum acidente, o motorista pode tomar controle do carro imediatamente.
Uber constrói cidade para testes
Para seguir a todo vapor com seus testes, o Uber construiu uma espécie de cidade na Pensilvânia, chamada Almono.
O local possui cerca de 17 mil metros quadrados e é utilizado para que os carros autônomos possam rodar e serem analisados para um maior desenvolvimento de sua tecnologia.
Foram construídas ruas iguais às de uma cidade para simular com exatidão situações que aconteceriam em uma cidade real.
Google: uma rival de peso
É claro que o mercado de transporte em carros autônomos não iria ser explorado apenas pelo Uber. Por ser uma área muito promissora e lucrativa – afinal, não será necessário pagar salário à motoristas – o Google também resolveu investir em tecnologia nessa área.
Para concretizar o projeto, o Google criou a empresa Waymo, responsável por desenvolver carros autônomos.
Apesar do investimento e desenvolvimento da tecnologia, os carros autônomos do Google ainda estão passando por testes.
Além do Uber e Google, a Apple e a Tesla também estão desenvolvendo seus protótipos de carros autônomos que serão usados para transporte comercial.
Será que essas empresam conseguirão causar o mesmo impacto que o Uber? Por mais que tenha grandes concorrentes, mais uma vez o Uber saiu na frente, já realizando testes nas ruas.
Apesar de ser animador, não se espera que os carros estejam disponíveis para uso geral até 2020. Isso porque muitos problemas precisam ser resolvidos, pois pessoas serão transportadas dentro desses carros.
Em meio a avanços e problemas, o Uber deu um grande passo que pode marcar a história do transporte, trazendo uma era ainda maior de robotização e tecnologia automobilística.