Sabe dizer o que ridesharing, aplicativos, bigodes rosa e carros autônomos tem em comum?A resposta é uma start-up norte-americana: Lyft.
Criada na Califórnia em 2012 por Logan Green e John Zimmer, a empresa foi capaz de levantar US$2,61 bilhões em uma única rodada de investimentos e já está avaliada em mais de US$7,5 bilhões.
Mas afinal, quais os serviços desta empresa que está sendo conhecida como grande rival ao Uber?
O que você vai ver aqui:
O que é Lyft? Como funciona? Do que se alimenta?
Com um título tão direto assim fica fácil adivinhar do que trataremos nessa seção…
O que é?
O Lyft é um aplicativo de ridesharing (ou compartilhamento de viagens, em bom português), pelo qual o usuário pode encontrar e se conectar com um motorista que o levará ao destino desejado.
Como funciona?
Basta acessar o aplicativo, inserir sua localização atual e o destino desejado e voilà! O aplicativo te indica um motorista para te levar do ponto A ao ponto B em poucos minutos. Para isso, claro, é preciso baixar o aplicativo e criar um perfil de usuário.
No momento que um motorista é selecionado, o usuário recebe informações como foto, carro e até mesmo o número da licença de motorista do condutor. É possível até mesmo acompanhar o trajeto do motorista até a sua chegada ao ponto de encontro.
Todo o pagamento é mediado pelo aplicativo para a maior segurança e conforto do usuário. No entanto, os motoristas podem receber gorjetas – o que não é obrigatório aos usuários.
Ao final da corrida, passageiro e motorista avaliam um ao outro via aplicativo, dando uma nota de 1 a 5 com direito a comentários. Essa avaliação é postada publicamente no perfil para que os demais usuários possam também ter acesso.
Do que se alimenta?
Desculpe, mas o Lyft não se alimenta de nada. Foi só para manter o clima de Globo Repórter ali no título da seção…
Países que já contam com o Lyft
Algum interesse pelo Lyft? Well, hold your horses, my friend! O aplicativo está disponível apenas em 660 cidades nos Estados Unidos, incluindo os estados do Alaska e Hawaii.
No entanto, há interesse pela empresa em expandir os seus negócios para o Canadá, a começar por Vancouver e Toronto. Uma das principais barreiras à essa expansão é a legislação local, que impede a operação de qualquer serviço de ridesharing. No entanto, esta barreira tende a cair pois o governo canadense tem se mostrado favorável à regularização das atividades de ridesharing.
Outros países que podem estar na lista do Lyft são Austrália, Nova Zelândia, México e Reino Unido. Mas, por enquanto, não há nada com relação ao Brasil.
Eu acho que já vi um app assim em algum lugar…
Você, caro leitor, deve ter lembrado de um aplicativo com as mesmas funções do Lyft: o Uber. Mas afinal, qual a diferença entre ambos?
Lyft, o primo descolado do Uber
As funções do Lyft e do Uber são praticamente as mesmas: encontrar motoristas confiáveis que possam realizar um trajeto por um preço muito mais acessível que o serviço de táxis local.
Mas enquanto o Uber apostou em uma postura mais profissional para ganhar o mercado, com seus carros pretos e motoristas sempre bem vestidos, o Lyft aposta em uma postura mais arrojada, informal e divertida.
O melhor exemplo disso são os acessórios utilizados para facilitar a identificação pelo passageiro em meio ao trânsito. Os carros de Lyft costumavam portar bigodes cor de rosa de pelúcia nada discretos. Hoje, todo motorista de Lyft utiliza um pequeno letreiro em vez do tão aclamado bigode.
Essa mesma visão está embutida no aplicativo através de uma linguagem simples e descomplicada.
Tipos de serviços para todos: do pão com ovo ao gourmet
O Lyft também oferece diferentes modalidades de serviço além do serviço convencional de ridesharing particular. Existem categorias que permitem ao usuário reduzir ainda mais o custo das corridas ao compartilhar com outros passageiros, como também categorias com qualidade diferenciada para quem busca um pouco mais de luxo e conforto.
Lyft Line
Nessa modalidade, o usuário pode se conectar com um ou até dois outros usuários para compartilhar um mesmo trajeto. O preço é sempre menor, o que pode ser favorável para a maior parte dos usuários. Os motoristas são os mesmos da modalidade convencional.
Lyft Plus
O Lyft Plus é a escolha ideal para grandes grupos, pois consiste na escolha de veículos que comportam até 6 passageiros – claro, requer um preço maior também.
Lyft Premier
O Lyft Premier é a primeira das categorias de luxo do Lyft. Mediante um preço maior, o usuário será conduzido em um sedan de luxo ou SUV com bancos de couro (sintético ou não). Alguns dos veículos que se enquadram nessa categoria são BMW X3, GMC Yukon Denali e Lexus ES.
Lyft Lux
O Lyft Lux é semelhante ao Premier, com o diferencial de oferecer a carona em veículos ainda mais luxuosos e com exterior preto. Os motoristas dessa categoria conduzem carros como BMW 5-series, Cadillac Escalade e Lexus LS.
Lyft Lux SUV
Para os fãs de SUV, essa categoria permite que a carona seja realizada em uma SUV de luxo que corresponde aos requisitos do Lyft LUX, como o Cadillac Escalade, BMW X5 e Lincoln Navigator.
Carros autônomos: rivalidade com Uber além das caronas
É fato que o Uber possui interesse na construção de uma frota de carros autônomos, que são veículos que não necessitam de motoristas para a sua condução, apenas um conjunto de sensores, câmeras e sistemas de navegação. O serviço já vem sendo oferecido ao público, mas sempre com um condutor de emergência para assumir o controle do veículo de caso de falha.
Parceria com Waymo
A Lyft também segue a mesma tendência, mas ao contrário do principal concorrente não procura construir sua frota por conta própria. A empresa norte-americana fechou uma parceria com a Waymo, a empresa formada a partir de um projeto do Google para o desenvolvimento de veículos autônomos. Apesar do contrato já ter sido fechado, a Lyft ainda não recebeu nenhum veículo auto-dirigível da Waymo.
É interessante lembrar que Waymo e Uber também são rivais diretas, pois a spin-off do Google já entrou com um processo judicial contra o Uber sob a acusação de roubo de tecnologia e informações confidenciais.
Relações complicadas (?) com a GM
Claro que a maior montadora de carros dos EUA não ficaria de lado no desenvolvimento de carros autônomos. A General Motors (GM) investiu mais de US$500 milhões em ações da Lyft no início de 2016, o que representa 9% de toda a empresa. O foco da montadora sempre foi testar o seu modelo autônomo, Cruise, através da plataforma da Lyft.
Mas nem tudo são flores na relação entre as duas empresas. A Lyft anunciou que possui outras parcerias em vista para a criação de uma frota autônoma. Além da já citada Waymo, a Lyft recebeu propostas da Ford, principal concorrente da GM. Isso poderia ter enfraquecido as relações com a GM, podendo até mesmo fazer com que o GM Cruise busque o seu lugar em meio a frota do Uber.
Até então, ainda existe relação amigável e colaborativa entre ambas as empresas, já que o acordo entre ambos não envolvia exclusividade por nenhuma das partes. Além disso, a GM está confiante de que será capaz de lançar sua tecnologia antes que a rival.
A respeito das propostas com a Ford
Um dos maiores gargalos na concepção de carros autônomos está na comunicação entre o veículo e as diferentes plataformas integradas, como um aplicativo de ridesharing. Dessa forma, a Ford buscou uma parceria com a Lyft para trabalhar com conjunto nessa questão.
De fato, a Lyft já anunciou que pretende criar a sua própria plataforma aberta para a comunicação com veículos autônomos, o que permitiria que diversas montadoras tirassem proveito – entre elas, a Ford.
Com seis anos de fundação, a start-up americana veio para concorrer com o Uber e fazer negócios com as maiores montadoras do setor automobilístico. Isso mostra que a Lyft pode até ter um perfil bem-humorado, mas não veio para brincadeira.