Nas últimas semanas vem crescendo o interesse por uma notícia relacionada ao corte na autonomia de elétricos, sendo essa uma proposta feita pelo Inmetro.
Essa ideia está dividindo as opiniões de entusiastas e especialistas na mobilidade eletrificada, gerando discussões acirradas sobre o assunto.
Como nós também nos interessamos pelo tema, fomos pesquisar mais a fundo sobre a proposta do Inmetro. Aqui, trouxemos o que esse corte na autonomia de elétricos pode gerar para o futuro da mobilidade urbana elétrica no Brasil.
Confira tudo sobre isso!
O que você vai ver aqui:
O que é o corte na autonomia de elétricos?
A proposta de corte na autonomia de elétricos feita pelo Inmetro visa reduzir em 30% a capacidade autônoma de carros e outros veículos movidos à bateria e eletricidade.
De acordo com o órgão, isso irá aproximar o uso dos carros elétricos da realidade dos motoristas brasileiros. Não houveram explicações mais aprofundadas sobre isso.
Para que você entenda de maneira prática, essa mudança prevê o seguinte cenário: se antes um carro elétrico divulgava, entre os seus diferenciais de atração, a capacidade de alcançar até 100 km de autonomia, com base em testes e análises laboratoriais, agora ele só poderá alcançar 70 km.
O que a notícia sobre o corte na autonomia de elétricos causou na comunidade?
Os proprietários de veículos elétricos receberam essa notícia com certa confusão e sem compreender os motivos para a nova abordagem.
Afinal, o Inmetro não justificou claramente o que o levou a essa decisão, no mínimo, curiosa.
De acordo com os especialistas em mobilidade elétrica, não há nenhum tipo de relação preventiva e de segurança que justifique a adoção do novo formato.
De modo geral, a expectativa é que essa mudança reduza consideravelmente o interesse e o número de vendas de veículos eletrificados. Por sua vez, isso vai gerar um retrocesso nos avanços que haviam sido conquistados até aqui.
A “pegadinha” da novidade
A proposta do Inmetro não foi invalidada devido a uma estratégia que os responsáveis pela mudança criaram.
A explicação se baseia na forma como a informação sobre a autonomia será repassada aos consumidores, e não na taxação, em si.
De acordo com o Inmetro, agora o interessado em comprar um carro elétrico observará a real capacidade de autonomia do carro, sem um comparativo da relação km/l, comum no modelo atual.
Basicamente, o Inmetro se baseia no fato de que os dados preveem a capacidade máxima de autonomia do veículo, sem descontar fatores que podem modificar esses valores. São questões como peso extra, uso de ar-condicionado, capacidade do motor, velocidade, entre outros.
Entretanto, conforme o explicado, a taxação em 70% do total previsto serve para que o interessado já tenha um parâmetro sobre “os gastos do carro”.
Por que a decisão do corte na autonomia dos elétricos é tão mal vista?
Depois de compreender o que é esse tal “corte na autonomia dos elétricos”, parece algo até sensato, não é mesmo?
Porém, o que está gerando estranhamento e irritação entre os proprietários e especialistas em carros elétricos, é que a mesma taxação não é adotada para os veículos à combustão.
Essa diferenciação, em si, já pode ser vista como uma maneira de desestimular o consumo de veículos eletrificados.
Apesar de toda essa repercussão negativa, o Inmetro se mantém firme na proposta, afirmando que está embasado em uma metodologia especial da SAE, Society Of Automotive American Engenieers.