A Audi aceitou a multa por seu envolvimento no escândalo dieselgate, descoberto em 2015 que fraudava as emissões de poluentes dos carros movidos a diesel, fabricados pela Volkswagen e suas subsidiárias, e pagará uma multa de 800 milhões de euros.
Ao passo que o “dieselate” (nome dado a farsa) já custou ao grupo Volkswagen algo em torno de 27 bilhões de euros, além da Audi, diversas outras montadoras como a Renault e a Porsche também foram afetadas. A aplicação da multa a Audi encerra apenas mais uma ação movida pela justiça contra os fabricantes.
Saiba a seguir tudo sobre a multa milionária que a Audi pagará por seu envolvimento na adulteração de dados de emissão de poluentes.
Audi é multada por escândalo Dieselgate
A justiça alemã estabeleceu uma multa de 800 milhões de euros a Audi devido à comprovação de seu envolvimento com o escândalo do dieselgate.
Para relembrar os fatos, a fraude dos veículos a diesel veio à tona quando autoridades da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos identificaram, em carros da Volkswagen, a presença de um software, que adulterava os dados de emissões de poluentes dos mesmos quando testados.
De acordo com o que foi descoberto, os carros produzidos pela Audi exportados para os EUA eram testados internamente. Os modelos reprovados recebiam a “manutenção” de engenheiros alemães por aproximadamente uma semana. Neste ato, era instalado o software.
A montadora alemã, empresa mãe da Audi, rapidamente se pronunciou reconhecendo a fraude e informando que milhões de automóveis da marca portam o programa que maquiava as emissões.
A fabricante também confirmou que a instalação do software foi uma tentativa de driblar a fiscalização da agência de proteção ambiental americana.
Esses fatos desencadearam a renúncia do CEO da empresa. Uma semana depois a AUDI surgiu como participante do escândalo.
Mesmo com a garantia das montadoras de que os carros envolvidos na fraude serão reparados, a justiça da Alemanha seguiu com processos, e condenações, que implicaram em multas milionárias para a Audi.
As investigações conduzidas apontam que além dos gestores da empresa, membros da equipe de engenharia também estão envolvidos. Em junho de 2018, o CEO da Audi, Rupert Stadler, foi preso por sua ligação com o dieselgate.
Em relação à multa, a Audi também declarou:
A multa irá afetar diretamente os lucros da Volkswagen AG, e, como item especial negativo, irá reduzir os ganhos do grupo para o ano fiscal de 2018.”
Dieselgate afeta Volkswagen e outras montadoras com dívida milionária
Além da Volkswagen e Audi, ao longo dos anos de 2016, 2017 e 2018 outras fabricantes foram envolvidas na farsa.
As alemãs Porsche, Mercedes Benz e Daimler, as japonesas Suzuki e Nissan, a francesa Renault e o grupo italiano FCA também tentaram fraudar a emissão de poluentes de seus carros quando testados. Todas as empresas citadas são agora investigadas por autoridades nacionais.
Até a Bosch, que já fechou parcerias para desenvolvimento de carros elétricos e fornecedora da Volkswagen, foi envolvida no escândalo no final de 2015. Isso ocorreu quando um dono de um Volks a diesel, residente de Nova York, moveu uma ação judicial citando as duas empresas.
O trabalho das investigações e da justiça já resultou em 27 bilhões de euros em passivos como multas e indenizações, somente às empresas do grupo Volkswagen.
A fraude teve reflexo nas operações da Volkswagen no Brasil. O IBAMA multou a montadora em R$ 50 milhões no mês de novembro de 2015. O fato gerador da multa foi a identificação do dispositivo adulterador de dados em 17 mil unidades da picape Amarok.
Além da multa, em 2015 o IBAMA determinou que fosse realizado um recall com os veículos fraudados. Tal ação só foi cumprida pela montadora em 2017.
Este foi o mesmo ano em que um novo laudo do IBAMA retifica que a Amarok comercializada no Brasil emite mais poluentes do que o permitido em lei.
Por ter desrespeitado o Código de Defesa do Consumidor a Volkswagen do Brasil também foi multada, em cerca de 8 milhões de reais pelo Procon do estado de São Paulo.
Além de ter que arcar com as multas, as empresas do grupo Volkswagen terão que reparar aproximadamente 1 milhão de carros, retirando deles o dispositivo que adultera as informações sobre a quantidade de poluentes emitida.