Tesla Elon Musk

Elon Musk: de carros elétricos à colonização de Marte

Você talvez já tenha lido sobre Elon Musk. Ou ouvido falar do Homem de Ferro da vida real. Se acompanha o nosso site, com certeza  não apenas sabe quem ele é, como também conhece algumas de suas façanhas. Sobretudo as relacionadas com energia alternativa e carros elétricos.

Ainda assim, nunca fomos formalmente introduzidos. Comentamos um pouquinho de sua biografia aqui e ali, parte de seus projetos e até comentamos sua ligação com Nikola Tesla. Bom, vamos nos aprofundar mais um pouco, sim?

Chegou a hora do Carro na Tomada discorrer sobre o grande visionário sul-africano Elon Musk, que vem transformando e revolucionando (e lucrando de) absolutamente tudo que toca. No processo virando um dos poucos bilionários que realmente buscam garantir que a experiência de todos nós na Terra seja mais divertida, saudável e sustentável.

Este artigo será um perfil pessoal e profissional de Musk, listando fatos e curiosidades sobre sua trajetória, suas ambições e seus interesses. Sobre o que o empresário já conquistou e ainda pode conquistar.

Explicaremos ainda como surgiram PayPal, Tesla Motors e SpaceX. Seus projetos de transformar inteiramente o modo como pensamos energia elétrica, neurologia e viagens espaciais. E também detalharemos a importância dos quadrinhos e dos videogames na vida do magnata.

Venha conosco saber um pouquinho mais sobre uma das figuras mais influentes do século XXI!

Os anos iniciais de Elon Musk

Elon Musk antigamente

O sul-africano Elon Reeve Musk nasceu em 28 de junho de 1971, em Pretória, capital da África do Sul. Filho de pai sul-africano e mãe canadense, os quais mais tarde se divorciariam, o jovem Musk passou sua infância com os irmãos Kimba e Tosca no país natal. Aos 10 anos de idade, despertou um considerável interesse por computadores e ficção científica. Autodidata, aprenderia programação sozinho e desenvolveria o jogo Blastar, seu primeiro software, com apenas 12 anos de idade.

No fim de sua adolescência, emigraria para o Canadá por dois motivos. Primeiro, para ingressar no curso de Economia da ilustre Queen’s University em Ontario. Segundo, para escapar do serviço militar obrigatório na África do Sul. É bom lembrar que em 1971 o deplorável apartheid era uma política ativa no país e os militares empregava todos os seus esforços em essencialmente reprimir e desbaratar movimentos nacionalistas negros.

Escapando da África do Sul para o Canadá com sucesso devido a uma ajudinha de sua genealogia (filho de mãe canadense), Musk se formaria não pela Queen’s University, mas pela Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos. Não apenas em Economia, mas também Física. Depois de obter seus bacharelados, Musk entraria no curso de doutorado de Física de Stanford. Não ficaria lá por muito tempo, porém, já que logo largaria o PhD pelo seu primeiro grande investimento empresarial: a primeira companhia, a Zip2 Corporation.

Milionário

Embora o abandono do doutorado tenha sido um movimento arriscado, a verdade é que seria um primeiro e fundamental acerto na trajetória de sucesso de Elon Musk. Contudo, não foi tudo tão fácil quanto a história contada assim faz parecer.

Por exemplo, ele só lucraria de fato com a Zip2 Corporation após abrir mão do controle majoritário da companhia em troca de investimentos. De outra forma a empresa acabaria. Antes disso, chegou a praticamente morar nas dependências da companhia, afirmando que era “mais barato que pagar aluguel”, chegando ao ponto de tomar banho e dormir no local.

É, meu amigo. Até Elon Musk já passou por perrengues. Tá, relativamente.

A Zip2 Corporation, aliás, o que fazia? Bom, produzia conteúdo online para portais de jornais de grande circulação como o New York Times e o Chicago Tribune. Seria vendida por 307 milhões, dos quais 7% iriam para Musk, após a desistência do controle da companhia.

Aos 28 anos, Musk já havia acumulado 22 milhões de dólares. Desta quantia, 10 milhões seriam retirados em seguida para a fundação do X.com, banco online e protótipo do que viria a se tornar o PayPal.

Daqui em diante a carreira de Musk iria do grande ao gigantesco sucesso, sedimentando seu nome como um dos mais importantes da indústria tecnológica mundial.

O sucesso do PayPal

Boa parte do sucesso do PayPal, um sistema de pagamentos e armazenamento de dinheiro online (que hoje é quase obrigatório para quem possui cartão de crédito), é devido ao talento publicitário de Musk, que percebeu o alcance da publicidade virtual e a importância de campanhas virais.

Desde o X.com, que se fundiria com a Confinity para dar origem ao PayPal, o que Musk viu com seus apurados olhos de investidor foi a transição natural do comércio e dos bancos físicos para os virtuais. O PayPal facilita de forma incomparável o pagamento e recebimento de dinheiro em todas as partes do mundo, unificando e democratizando o acesso a serviços na internet.

A máfia do PayPal

Não que o PayPal fosse apenas de Elon Musk, tipo o grande projeto de um homem só.

Na verdade, o PayPal é famoso pelo seu time bem-sucedido de desenvolvedores e executivos que fariam sucesso não apenas na companhia, mas em outros projetos tão conhecidos e importantes quanto. Este time passaria a ser conhecido como Máfia do PayPal e desde a fundação da empresa seis de seus membros, incluindo Musk, ficariam bilionários.

Apesar do apelido, o grupo de nerds ricos não tem nenhuma relação com os procedimentos ilícitos de criminosos italianos, da Yazuka ou do poder legislativo do Brasil. O título é uma brincadeira irônica, adotada jocosamente pela mídia americana, justamente com a enorme quantidade de sucesso e dinheiro que o grupo faz. Estilo de vida gângster, saca?

Dentre os membros da Máfia do PayPal, contam-se figuras como Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim (co-fundadores do YouTube); Reid Hoffman (fundador do LinkedIn); David O. Sacks (fundador do Geni.com e Yammer); e, claro,  Peter Thiel e Max Levchin. Estes dois “mafiosos” são respectivamente o don e o consigliere da máfia. Na verdade, um ex-chefe executivo e  um chefe de tecnologia. Em outras palavras: fundadores da Confinity e do PayPal.

Para Elon Musk, outro fundado que chegou depois e não possuía a maioria das ações, o PayPal foi outro projeto bem-sucedido e lucrativo. Mas as aspirações do magnata eram outras.

Em 2002, o eBay comprou o PayPal por 1,5 bilhões e Musk recebeu 180 milhões por sua fatia da companhia. Com este dinheiro em mãos, seguiu para seus próximos investimentos, que o transformariam no popular multibilionário que conhecemos hoje.

SpaceX

Depois de receber 180 milhões por suas ações da PayPal, Musk poderia descansar finalmente e levar uma existência confortável pro resto da vida. O problema é que essa nunca foi a intenção do empresário.

O céu é o limite. Mas não para Musk. Para ele, o limite é Marte.

Colônia em marte?

Em 2002, Musk funda a SpaceX, empresa de engenharia espacial que se especializa na construção de naves de carga comerciais. O grande objetivo de Elon Musk, porém, é erguer uma colônia em Marte até a década de 20. Segundo Musk, em 2060 um milhão de seres humanos já estarão vivendo no planeta vermelho.

Trata-se de um projeto que muitos acusaram de megalomaníaco, delirante, além de salto muito estranho para quem há pouco tempo liderava companhias como PayPal e Zip2. A verdade é que com o toque de Midas de Musk, a SpaceX acabou se revelando um de seus investimentos mais lucrativos e importantes.

Veja, ainda que a colônia em Marte ainda esteja distante da realidade, o fato é que esta ideia um pouquinho doida funciona mais como publicidade do que exatamente como foco produtivo da SpaceX.

É claro que a companhia pretende, sim, colonizar outro planeta. Musk é um cara que sempre mira alto. Só que seu funcionamento atual independe deste feito ambicioso. Pelo menos por enquanto. E a verdade é que ninguém duvida mais que a empresa realmente aterrisse em marte, dado o cuidado absurdo e a excelência comprovada de suas criações.

SpaceX Marte

SpaceX não espera pelo planeta vermelho para dar lucro

A companhia construiu o primeiro foguete privado e movido a líquido a orbitar o planeta Terra. Esta empreitada transformou Musk em uma das figuras da iniciativa privada mais influentes da engenharia espacial americana.

Com o sucesso da empresa, em 2008 Musk conseguiu contratos com a NASA para se encarregar de transporte de cargas para a Estação Espacial Internacional. Em 2012, a Dragon da SpaceX se tornou a primeira nave comercial a realizar transporte de carga para a EEI, carregando 1000kg em mantimentos para astronautas residindo na estação.

Aliás, o valor afirmado nos contratos com a NASA é de 5,7 bilhões de dólares. Lembra quando ele ainda precisava dormir nas mesmas dependências de seu escritório? Ou mais: quando ainda era um garoto sul-africano de classe média viciado em videogames? Pois é. Agora o cara é um bilionário fabricante de foguetes e espaçonaves. As coisas mudam.

Mas você acha que Musk para por aqui? A gente ainda nem falou de sua empresa mais famosa!

Tesla Motors

Bom, a gente só não falou dela porque, a bem da verdade, a montadora dispensa apresentações. Mas se você ainda não sabe o que ela é (shame on you!), esta é uma boa oportunidade para abandonar a caverna.

Brincadeira, claro. Não sofremos nem um pouco ao falar mais um tiquinho da Tesla Motors. Nós do Carro na Tomada somos apaixonados por ela.

A Tesla Motors é o grande nome dos carros elétricos no ocidente, tendo produzido alguns de seus modelos mais famosos, poderosos e eficientes. Pioneira, a Tesla vem se consolidando como um facho de luz num mundo assolado pela fumaça escura da poluição. Ao invés de tratar os veículos elétricos como produtos extremamente caros e inacessíveis, manufaturados em pequena escala e criados apenas para alimentar a autocomplacência de milionários, a Tesla concentrou todos os esforços para otimizar os gastos e entregar um produto final inesquecível.

Daí veio o Model S, o sedã elétrico que transformou radicalmente tudo o que se esperava no mercado (tem artigo sobre ele no Carro na Tomada, confira) e abrindo as urgentes portas do futuro para a indústria automobilística mundial. Não à toa a Tesla se tornou recentemente a montadora mais valiosa dos Estados Unidos, superando a General Motors. Sério, ela está avaliada em dezenas de bilhões de dólares e Musk detém 30% das ações. Tá explicado por que está entre os 10 homens mais ricos do mundo, né?

Fabrica Tesla 4

Musk não fundou a Tesla

Mas sem ele não haveria a Tesla como a conhecemos. Parece contraditório, né? Mas já explico.

CEO da empresa, Musk é a figura imediatamente associada à empresa. De fato, quando o engenheiro bateu os olhos no projeto inicial de Martin Eberhard e Marc Tarpenning, fundadores da Tesla em 2003, ele encontrou exatamente o que o tornou famoso como empreendedor: uma forma de ver diferente que contempla o futuro e buscar tratar com responsabilidade o nosso mundo.

Musk começou sua trajetória na Tesla se tornando um de seus principais financiadores, aportando um ano depois de sua fundação e investindo nas primeiras séries de carros elétricos. Em 2008, virou CEO da empresa e a liderou durante sucessos como o Model S, lançado em 2010 e considerado na época o melhor carro do mundo por diversos veículos midiáticos e motoristas.

Desde então, a Tesla se tornou mais que uma montadora. Depois de comprar a SolarCity, empresa com foco em tecnologia de energia solar, a Tesla Motors passou a se chamar Tesla Inc.  Ela agora dedica grande parte de suas pesquisas à produção de baterias elétricas  para residências (conhecidas como Powerwall: também tem artigo aqui no site), além de painéis e tetos solares. Em resumo, a Tesla se transformou no nome mais importante da indústria de energia renovável e sustentável do ocidente.

As fábricas da Tesla

Fabrica Tesla

Os esforços de engenharia da Tesla estão concentrados na incrível Gigafactory, gigantesca como o nome já diz. O projeto da fábrica produtora de (e movida a) energia sustentável também veio da mente visionária de Musk, que observou a urgência de um modelo industrial mais responsável e benéfico ao meio ambiente.

Musk acredita, inclusive, que seria recomendado que empresas similares seguissem o caminho traçado pela Gigafactory. É um jeito eficaz e inteligente de reduzir a poluição, além de quase uma obrigação dessas enormes poluentes.

A Gigactory já recebeu um artigo especialmente sobre ela aqui no Carro na Tomada, com muito mais detalhes. Não poderíamos recomendar mais.

Fabrica Tesla 2

Neuralink

Elon Neurolink

São muitos os projetos dignos de nota encabeçados por Elon Musk. Não falamos por exemplo da Boring Company, que pretende transformar o sistema de túneis nos Estados Unidos e levar o congestionamento de trânsito à extinção.

Ou de seus investimentos em inteligências artificiais (e seu temor de que seja questão de tempo até que elas nos dominem).

Contudo, para efeitos de coesão achamos que quem merece destaque, com um subtítulo bem especial, é o Neuralink. Tanto pela sua ambição quanto pelos avanços incríveis que pode trazer aos estudos neurológicos.

A idéia da Neuralink é criar um sistema operacional que se acople ao cérebro através de minúsculos eletrodos, permitindo a comunicação intercerebral. Peraí, o quê?

Simples. Musk quer possibilitar a “telepatia consensual”.

É isso mesmo que você leu, caro leitor. Não se trata de fake news. Além de pretender colonizar Marte, Musk também quer que nós nos tornemos telepatas hiper-conectados. Então: lembra como era fácil rir da ambição da SpaceX e depois quebrar a cara com o sucesso da companhia? O mesmo é capaz de acontecer com a Neuralink.

É que embora o objetivo declarado seja esse polêmico super sistema operacional meio Neon Genesis Evangelion, por enquanto a empresa foca no uso dessa interface como terapia para transtornos psiquiátricos e neurológicos, como depressão e epilepsia. Algo incrivelmente importante e que com toda a certeza se mostrará bem-sucedido, independentemente da concretização do plano de telepatia de Elon Musk.

Elon Musk ou Tony Stark?

Conhecendo sua trajetória ascendente como empreendedor, é bem comum estabelecer um paralelo de sua trajetória com a de Tony Stark, alter-ego do super-herói Homem de Ferro.

Assim como Stark, Elon Musk é um bilionário visionário que está ciente  do potencial da ciência para o bem, utiliza seus vastos recursos para transformar o mundo em um lugar melhor e comanda uma série de inovações tecnológicas moderníssimas e avançadas.

A diferença é que Musk não usa uma armadura ultrapoderosa para sair aplicando surras em vilões de uniforme. Pelo menos não que eu saiba.

Os paralelos com o Iron Man não terminam aqui. Na verdade, Jon Favreau (diretor da trilogia Homem de Ferro) revela que filmou algumas cenas nas dependências da SpaceX. A fábrica de Musk é a fábrica de Stark no filme.

Musk é fã de quadrinhos

Como a maioria dos cientistas, Elon Musk é um nerd. Fã de videogames como Bioshock, ele já confessou que gasta mais que algumas horas jogando seus games prediletos. Além disso, é também um fã de quadrinhos e foi profundamente inspirado por eles na infância.

É engraçado que digam que Musk foi o modelo para Tony Stark, já que é bem possível que Musk tenha baseado sua filosofia em super-heróis como ele.

Ativo nas redes sociais

Elon Musk adora usar o Twitter e o Instagram, possuindo obviamente milhões de seguidores. Além de alguns acontecimentos cotidianos de sua vida pessoal, Musk usa as plataformas para compartilhar novidades de suas companhias e também de outras empresas que vêm transformando o mundo de forma positiva e inovadora.

Recomendamos que você siga o engenheiro nas duas plataformas. Aqui vão os links do Twitter e do Instagram de Musk.

Elon Twitter

Onde posso saber mais sobre os projetos de Elon Musk?

Você está no lugar certo. Embora sejamos principalmente observadores e resenhistas atentos das novidades do mercado de veículos elétricos, somos apaixonados por tecnologia em geral. Principalmente tecnologia limpa, sustentável, como a defendida por Elon Musk e outras figuras proeminentes.

Este texto é só uma introdução breve a Musk, mas temos vários outros dedicados unicamente a alguns de seus projetos, como a Powerwall, a SolarCity, Gigafactory e o modelos de carros Tesla. E tem muito mais pela frente.

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